Xereta da arte! foi criado para falar, discutir e viver teatro. Ele é democrático, leve, descontraído e despretensioso e tem a finalidade de enriquecer e evoluir nossas almas, enaltecendo essa arte tão especial!
Nele eu, Isabella, vou xeretar algumas peças em cartaz, e dar meu parecer e trocar opiniões com você, leitor. Então, merda pra todos nós!
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segunda-feira, 18 de abril de 2011
Shirley Valentine
Texto: Willy Russel
Direção: Guilherme Leme
Elenco: Betty Faria
Domingo fui ver "Shirley Valentine" com alguns amigos da CAL, no CCBB, no Centro. Estava ansiosa por essa peça porque, além de estar sendo muito bem falada, compramos o ingresso a duas semanas atrás. É a história de uma mulher comum, que beira as 50 anos e tem uma vida monótona e solitária com seu marido. Ela então recebe um convite inesperado de sua amiga para passar 15 dias na Grécia, e vê a oportunidade de buscar o autoconhecimento e o resgate da felicidade e da verdadeira Shirley Valentine, perdida em meio a rotina. Shirley Valentine é dirigido por Guilherme Leme e foi traduzido por Euclides Marinho. O texto do dramaturgo Willy Russell foi encenado pela primeira vez em 1986 em Liverpool, na Inglaterra. Em 1989, ganhou adaptação para o cinema com direção de Lewis Gilbert e atuação de Pauline Collins, indicada ao Oscar pelo papel. Pelo papel, Betty Faria recebeu, em 2009, as indicações como melhor atriz ao Prêmio Shell em São Paulo e ao PrêmioContigo de Teatro.
O cenário é bem simples, tão simples que se torna quase um detalhe que apenas reforça a cena em que Shirley está. Poucos elementos que são alterados por uma equipe para mudança de cena. Vale ressaltar a cortina de areia ao fundo na última cena, um espetáculo! A iluminação trabalha muito bem dando foco a alguns pontos, acompanhando o caminhar do texto. A trilha é tão leve quanto a história contada. O figurino, também muito simples, sempre muito "clean" e social, retrata o caráter daquela mulher tão conservadora, recatada, adormecida no seu dia a dia. Betty Faria, uma só atriz, inicialmente um só personagem... e durante a peça, conforme vai contado a vida da Shirley, nos faz ver o jeito e sentir cada sentimento dos outros personagens como seu marido, sua vizinha e companheira de viagem, sua filha, seu filho e "Cristóvão Colombo". É um monólogo, uma atriz. Porém sentimos como se todos os personagens estivessem ali, vivos, no mesmo instante, com Shirley! A forma como ela docemente muda de postura para imitar cada personagem é muito delicada, sutil, tornando a peça cada vez mais envolvente. Betty nos leva do humor a emoção com muita leveza e carisma... nos faz sentir como se fossemos muito próximos de Shirley. Nos identificamos com a personagem. Acompanhamos com sorriso e tristeza cada palavra dita por ela. Cada gesto e expressão dela é preciso, bem marcado, todas as intenções são percebidas com sutileza. Ela sem dúvidas é uma excelente atriz.
Uma peça doce, leve, envolvente! O tempo passa rápido, que quase nem percebemos que a peça chega ao fim. Simplesmente adorável.
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