Xereta da arte! foi criado para falar, discutir e viver teatro. Ele é democrático, leve, descontraído e despretensioso e tem a finalidade de enriquecer e evoluir nossas almas, enaltecendo essa arte tão especial!
Nele eu, Isabella, vou xeretar algumas peças em cartaz, e dar meu parecer e trocar opiniões com você, leitor. Então, merda pra todos nós!
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domingo, 10 de abril de 2011
As centenárias
Texto: Newton Moreno
Direção: Aderbal Freire-Filho
Elenco: Marieta Severo, Andréa Beltrão, Sávio Moll
Esse final de semana só consegui assistir uma peça, mas valeu muito a pena! Fui hoje com alguns amigos da CAL assistir "As centenárias" no teatro João Caetano, no Centro.
"As centenárias" conta a história de duas senhoras carpinteiras que passam a vida frequentando velórios no interior do Nordeste, confortando e alegrando o povo com suas histórias. Zaninha, a mais nova, se espelha em Socorro e deseja seguir com ela percorrendo velórios. Mas para isso, Socorro exige que Zaninha tenha um filho, para assim aprender a ter medo da perda e respeito a morte. Exigência cumprida, as duas seguiram em frente, sempre driblando o poder da morte, que insistia em atravessar suas vidas.
O cenário é bem simples, circular, com a presença constante do caixão e cercado por cadeiras, que eram modificadas de lugar para mudar a cena. Atrás, um grande paredão composto por bonecos de pano, que serviam como os "defuntos" de cada cena de velório, o que torna a peça, que tem tudo para ser pesada, em uma comédia agradável e divertida. As mudanças de cenário são feitas por um "homem" (Sávio Moll), que se torna parte do cenário, elemento constante e indispensável para o andamento da peça. A iluminação fantástica, muito bem acompanhada pela trilha sonora que dá ritmo e dinamismo a peça.
A história é contada com ajuda de elementos que são irreais, como fantoches, bonecos gigantes que ganham vida e se movem com ajuda dos atores.
Tanto Marieta Severo (Socorro), quanto Andrea Beltrão (Zininha) se mostram maravilhosas, e super a vontade em cena. Seus sotaques, gestos, formas de andar, sentar, tudo muito leve e introsado, também interpretando o cangaceiro Lampião, um coronel traído e uma viúva inconsolável. Elas provocam a risada da platéia sem nenhum esforço! Quando contracenam com bonecos manipulados por elas mesmas, são fantásticas, e conseguem se tornar dois personagens ao mesmo tempo aos olhos do público. Sávio Moll, interpretando sempre através dos bonecos, é rápido, extremamente preciso nas mudanças no cenário e magnífico em suas atuações, como a "morte". O texto é encantado, nos levando a um mundo mágico de fantasia, ilusão e realidade misturadas de forma perfeita e bem dosada.
Fazendo apenas uma ressalva, adoro o teatro João Caetano, mas acho q como essa peça tem muitos detalhes de expressão e gestos, acho q merecia um espaço menor e mais íntimo.
"As centenárias": fantasia e realidade, que ajudam a contar uma história baseada na morte, de uma forma divertida e encantadora.
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