Texto: Martin Sherman
Direção: Luiz Furlanetto
Elenco: Augusto Zacchi, Gustavo Rodrigues, Augusto Garcia, Breno Pessurno, Miro Marques, Henrique Manoel Pinho, Vinicius Vommaro, Evandro Manchini
Terça feira fui assistir a peça "Bent", no teatro das artes, no shopping da Gávea, com alguns amigos da CAL. Eu estava apreensiva pois não gosto de histórias da época do nazismo, fico abalada, nervosa, e com a peça foi a mesma coisa. Mas algo diferente aconteceu: fiquei extremamente tocada e emocionada pelo retrato da pureza do amor numa época tão sombria. A história fala sobre a realidade das minorias no nazismo, mostrando Max e Rudy, dois jovens homossexuais que são presos e enviados para um campo de concentração e obrigados a fazer trabalhos forçados.
O cenário é criativo, poucos elementos, tudo era feito de ferro, arame, passando bem o clima frio e pesado do ar daquela época, como, por exemplo, as plantas da casa de Max e Rudy que eram de ferro e porcas metálicas, e a árvore da praça que era feita de arame. A dinâmica da mudança de cenário é feita pelos próprios atores e toda a movimentação era limpa e delicada, sem precisar ser "escondida"... a platéia vê tudo acontecendo. O figurino é simples, só muda de roupa do dia a dia para a roupa listrada. O texto é muito bom, conquista um equilíbrio quando concilia alguns momentos de comédia com uma história tão pesada e triste, além das cenas de beijo e "sexo" entre os personagens, onde o texto é extremamente forte e picante, e chocante de certa forma ao tratar a relação entre dois homens sem pudor algum, mas ao mesmo tempo emocionante, fazendo com que até os mais homofóbicos sejam tocados pela emoção daquele momento. Muito bonita essa construção! Os atores são ótimos. Se entregam de cabeça aos seus personagens. Conseguem nos levar áquela realidade tão sofrida, mostrando quanta vida que as pessoas que viveram essa realidade tinham dentro deles. Nos levam as lágrimas e até aos soluços de tanta emoção!
"Bent": uma peça forte e emocionante. Que realmente consegue passar uma linda mensagem para todos que a vêem.
Xereta da arte!
Xereta da arte! foi criado para falar, discutir e viver teatro. Ele é democrático, leve, descontraído e despretensioso e tem a finalidade de enriquecer e evoluir nossas almas, enaltecendo essa arte tão especial!
Nele eu, Isabella, vou xeretar algumas peças em cartaz, e dar meu parecer e trocar opiniões com você, leitor. Então, merda pra todos nós!
Nele eu, Isabella, vou xeretar algumas peças em cartaz, e dar meu parecer e trocar opiniões com você, leitor. Então, merda pra todos nós!
domingo, 26 de junho de 2011
domingo, 19 de junho de 2011
Hell
Texto: Lolita Pille
Adaptação e direção: Hector Babenco
Elenco: Bárbara Paz, Paulo Azevedo
Fui assistir nesse sábado a peça "Hell" com uma amiga minha, Júlia. Estava muito curiosa pra ver essa peça pelo texto e por se tratar de um grande drama. Sei lá, estava numa expectativa... acho que pra ver um trabalho mais pesado e intenso de interpretação. E Bárbara Paz foi brilhante, emocionante. Hell é a história de uma mulher da alta sociedade parisiense que vive o vazio de uma vida cercada por roupas de grife, sexo e drogas. Ela se apaixona por Andréa, um rapaz igualmente fútil. Na descoberta de um verdadeiro amor, a trama mostra a dificuldade dos dois de lidar com esse sentimento.
O cenário é simples, bem "dark", com quatro planos demarcados e muito bem trabalhados: o central era o quarto de Hell, onde eram realizados seus questionamentos e suas intensas trocas de roupas e acessórios de marca; os laterais direito e esquerdo onde aconteciam as reflexões entre Hell e Andréa e o central mais a frente, quando havia destaque de alguma emoção mais intensa de Hell. A iluminação dava o foco no plano onde estava sendo realizada a cena. O figurino, apesar de não ser realmente das marcas que a personagem cita, são lindos e transmitem bem essa realidade de luxúria, principalmente o figurino da Hell. Ela possuia uma grande variedade de roupas, sapatos e bolsas espalhados em seu quarto, e realizou trocas de roupa durante toda a peça, sempre ressaltando a marca. É um grande exemplo do exercício de partitura que estamos dando na CAL, onde a troca da roupa é essencial, mas não é o foco, e sim o sentimento da personagem e sua futilidade. O texto é uma análise feita pelos personagens de suas próprias histórias... eles vão contando as situações que vivem. É muito interessante também ver os dois contando a mesma situação, cada um com sua versão. Fantástico! E o trabalho de direção... belíssimo! Pra mim, o grande destaque da peça. A movimentação dos atores no palco é precisa, muito bem marcada, as simulações de cenas como a noite de amor do casal são muito bem contruídas, de emocionar. Apesar do tema sexo estar muito presente na peça, a direção é muito bem feita de forma a fazer com que não alcance o vulgar. Os atores arrasaram! Bárbara Paz se mostra inteira no personagem, ela é Hell. Ela se emociona, chora horrores, se desespera, tudo isso com um texto enorme e mega corrido. Apenas algumas vezes, pelo ttexto ter uma dinâmica muito rápida, não houve compreensão do que foi dito por ela. Mas sempre intensa... de arrepiar, ela está maravilhos! Paulo Azevedo está bem introsado com Bárbara, e cumpre muito bem a proposta de seu personagem. Não se deixa anular pela força da personagem Hell.
"Hell": uma peça chocante, intensa, que nos provoca inúmeras emoções, tanto boas quanto ruins, além de muitas reflexões. Surpreendente!
Adaptação e direção: Hector Babenco
Elenco: Bárbara Paz, Paulo Azevedo
Fui assistir nesse sábado a peça "Hell" com uma amiga minha, Júlia. Estava muito curiosa pra ver essa peça pelo texto e por se tratar de um grande drama. Sei lá, estava numa expectativa... acho que pra ver um trabalho mais pesado e intenso de interpretação. E Bárbara Paz foi brilhante, emocionante. Hell é a história de uma mulher da alta sociedade parisiense que vive o vazio de uma vida cercada por roupas de grife, sexo e drogas. Ela se apaixona por Andréa, um rapaz igualmente fútil. Na descoberta de um verdadeiro amor, a trama mostra a dificuldade dos dois de lidar com esse sentimento.
O cenário é simples, bem "dark", com quatro planos demarcados e muito bem trabalhados: o central era o quarto de Hell, onde eram realizados seus questionamentos e suas intensas trocas de roupas e acessórios de marca; os laterais direito e esquerdo onde aconteciam as reflexões entre Hell e Andréa e o central mais a frente, quando havia destaque de alguma emoção mais intensa de Hell. A iluminação dava o foco no plano onde estava sendo realizada a cena. O figurino, apesar de não ser realmente das marcas que a personagem cita, são lindos e transmitem bem essa realidade de luxúria, principalmente o figurino da Hell. Ela possuia uma grande variedade de roupas, sapatos e bolsas espalhados em seu quarto, e realizou trocas de roupa durante toda a peça, sempre ressaltando a marca. É um grande exemplo do exercício de partitura que estamos dando na CAL, onde a troca da roupa é essencial, mas não é o foco, e sim o sentimento da personagem e sua futilidade. O texto é uma análise feita pelos personagens de suas próprias histórias... eles vão contando as situações que vivem. É muito interessante também ver os dois contando a mesma situação, cada um com sua versão. Fantástico! E o trabalho de direção... belíssimo! Pra mim, o grande destaque da peça. A movimentação dos atores no palco é precisa, muito bem marcada, as simulações de cenas como a noite de amor do casal são muito bem contruídas, de emocionar. Apesar do tema sexo estar muito presente na peça, a direção é muito bem feita de forma a fazer com que não alcance o vulgar. Os atores arrasaram! Bárbara Paz se mostra inteira no personagem, ela é Hell. Ela se emociona, chora horrores, se desespera, tudo isso com um texto enorme e mega corrido. Apenas algumas vezes, pelo ttexto ter uma dinâmica muito rápida, não houve compreensão do que foi dito por ela. Mas sempre intensa... de arrepiar, ela está maravilhos! Paulo Azevedo está bem introsado com Bárbara, e cumpre muito bem a proposta de seu personagem. Não se deixa anular pela força da personagem Hell.
"Hell": uma peça chocante, intensa, que nos provoca inúmeras emoções, tanto boas quanto ruins, além de muitas reflexões. Surpreendente!
terça-feira, 14 de junho de 2011
5 contra nem 1
Direção: Daniela Ocampo, Barbara Duvivier
Elenco: Rafael Oliveira, Felipe Moitta, Hamilton Dias, José Sapir, Marcelo Cavalcanti.
Fui assistir a estréia da peça de um querido amigo, Rafael Oliveira, na terça feira da semana passada, no teatro Tablado. Fui com outros amigos em comum prestigiar esse cara que ainda vai dar muito o que falar! Começando por agora... A peça é uma proposta de stand up comedy, onde os cinco se "viram" durante 60 minutos em cima de improvisações com temas propostos por eles, com interação e sugestão da platéia. Existe interação direta entre público/elenco, onde os atores tratam também de suas questões pessoais, quando por exemplo, já começam mostrando 5 situações contrangedoras para eles.
O cenário é bem simples e aconchegante, com um sofá para o elenco se acomodar, além da presença de um microfone, dando aquele clima de programa de auditório, aproximando-se ainda mais da platéia. O figurino é neutro. Todos estão vestido de forma simples, com camiseta e calça, e todos com a mesma roupa, como uma forma de torná-los mais neutros e homogêneos possível, uma vez que eles vão interpretar vários papéis diferentes, que nem eles mesmos sabem quais serão antes da peça. Os personagens, são os próprios atores. Eles se apresentam, e o interessante é que eles falam, cada um de uma vez, na hora de apresentar uma nova proposta de jogo, trazendo o clima informal e leve... e nos levando a sorrir e gargalhar o tempo todo. Esquecemos até que se trata de uma peça... tamanho o envolvimento. Eles propõem um modelo de jogo, e a platéia dá sugestões de quais os personagens, situações, locais, sentimentos para ocorrer a cena. O trabalho do elenco é bem legal... jovem, divertido e super bem estudado, amarrado. Percebemos que o trabalho de corpo deles é muito bem feito, além da capacidade de raciocínio rápido e genial para desenvolver cada situação. Eles possuem uma química bonita de se ver... eles se entendem muito bem, se escutam, se percebem em cena. E isso, em se tratando de improvisação com 5 atores ao mesmo tempo é louvável. Um ponto interessante: eles souberam preparar a platéia pra receber suas propostas quando logo de cara, eles começam com uma sátira graciosa a uma música de funk, conhecida por todos, já deixando o clima bem descontraído.
5 contra nem 1 é uma peça alegre, divertida, leve, e tão agradável que ao fim da peça nem percebemos que o tempo passou! Parabéns ao belo trabalho meninos!
Elenco: Rafael Oliveira, Felipe Moitta, Hamilton Dias, José Sapir, Marcelo Cavalcanti.
Fui assistir a estréia da peça de um querido amigo, Rafael Oliveira, na terça feira da semana passada, no teatro Tablado. Fui com outros amigos em comum prestigiar esse cara que ainda vai dar muito o que falar! Começando por agora... A peça é uma proposta de stand up comedy, onde os cinco se "viram" durante 60 minutos em cima de improvisações com temas propostos por eles, com interação e sugestão da platéia. Existe interação direta entre público/elenco, onde os atores tratam também de suas questões pessoais, quando por exemplo, já começam mostrando 5 situações contrangedoras para eles.
O cenário é bem simples e aconchegante, com um sofá para o elenco se acomodar, além da presença de um microfone, dando aquele clima de programa de auditório, aproximando-se ainda mais da platéia. O figurino é neutro. Todos estão vestido de forma simples, com camiseta e calça, e todos com a mesma roupa, como uma forma de torná-los mais neutros e homogêneos possível, uma vez que eles vão interpretar vários papéis diferentes, que nem eles mesmos sabem quais serão antes da peça. Os personagens, são os próprios atores. Eles se apresentam, e o interessante é que eles falam, cada um de uma vez, na hora de apresentar uma nova proposta de jogo, trazendo o clima informal e leve... e nos levando a sorrir e gargalhar o tempo todo. Esquecemos até que se trata de uma peça... tamanho o envolvimento. Eles propõem um modelo de jogo, e a platéia dá sugestões de quais os personagens, situações, locais, sentimentos para ocorrer a cena. O trabalho do elenco é bem legal... jovem, divertido e super bem estudado, amarrado. Percebemos que o trabalho de corpo deles é muito bem feito, além da capacidade de raciocínio rápido e genial para desenvolver cada situação. Eles possuem uma química bonita de se ver... eles se entendem muito bem, se escutam, se percebem em cena. E isso, em se tratando de improvisação com 5 atores ao mesmo tempo é louvável. Um ponto interessante: eles souberam preparar a platéia pra receber suas propostas quando logo de cara, eles começam com uma sátira graciosa a uma música de funk, conhecida por todos, já deixando o clima bem descontraído.
5 contra nem 1 é uma peça alegre, divertida, leve, e tão agradável que ao fim da peça nem percebemos que o tempo passou! Parabéns ao belo trabalho meninos!
domingo, 5 de junho de 2011
A crônica da casa assassinada
Texto: Lucio Cardoso
Adaptação: Dib Carneiro Neto
Direção: Gabriel Villela
Elenco: Xuxa Lopes, Cacá Toledo, Flávio Tolezani, Hélio Souto Jr., Letícia Teixeira, Marco Furlan, Maria do Carmo Soares, Pedro Henrique Moutinho, Rogério Romera, Sérgio Rufino
Sexta feira fui a estréia da peça "A crônica da casa assassinada" com uns amigos da CAL, no teatro Maison de France, no Centro do Rio. Recebemos convites da CAL para assistirmos. Eu nem sabia do que se tratava a peça direito... mas logo percebi o peso dela com a presença de Fernanda Montenegro, Marieta Severo, Renata Sorrah, Andrea Beltão e José Wilker. O diretor Gabriel Villela encena a adaptação do livro de Lúcio Cardoso, escrito em 1959, sobre uma aristocrata família mineira, os Meneses, mostrando sua ruína envolvendo segredos, mentiras, traição, relações de amor e ódio, tudo isso mostrando o clima mórbido que está na alma da casa e que condena toda a família.
O cenário já mostra o clima pesado e sombrio da casa. A peça se passa na sala da casa, onde tudo acontece. Todos os elementos que compoem o cenário são usados. Alguns elementos são usados para representar outros, como por exemplo, uma camisola e um hobby que fazem o papel de um portão. O figurino e maquiagem são importantíssimos para nos transmitir o espírito mórbido daquela decadente família. O personagens estavam pálidos, com maquiagem pesada, e roupas da época. O texto é complexo, cheio de detalhes, mostrando a essência transtornada da casa, repleto se simbolismos e não possui uma ordem cronológica, dispensando as relações de causa e efeito.Os atores, todos excepcionais! Destaque para o trabalho de corpo de todos eles... magnífico! A forma como se movimentam, se comunicam, se comportam com o uso total do palco, é brilhante, além das cenas onde todos se movimentam juntos... arrasaram! O trio masculino tem sintonia, carisma, trabalham muito bem juntos. Destaque para Sérgio Rufino com seu trabalho excelente com o movimento do corpo e relação com seu figurino e para Letícia Teixeira... surreal sua expressão corporal e facial, de emocionar. A peça busca o tempo todo chocar, descontruindo com o uso da sexualidade, do bizarro. Porém acho que em alguns momentos isso foi tão forte que teve destaque maior do que a própria história, nos desviando a atenção. E ainda, em alguns momentos a sexualidade foi usada de forma exagerada, em cenas que não era tão necessária, como a cena do "sexo oral" e pecou pela falta quando realmente era necessária, como na falta do nu da personagem Nina, a grande "devassa" da história.
Uma peça impactante, forte... chega ao bizarro. Surpreendente, nem um pouco óbvia, e com um trabalho artístico impressionante. Belo trabalho teatral.
Adaptação: Dib Carneiro Neto
Direção: Gabriel Villela
Elenco: Xuxa Lopes, Cacá Toledo, Flávio Tolezani, Hélio Souto Jr., Letícia Teixeira, Marco Furlan, Maria do Carmo Soares, Pedro Henrique Moutinho, Rogério Romera, Sérgio Rufino
Sexta feira fui a estréia da peça "A crônica da casa assassinada" com uns amigos da CAL, no teatro Maison de France, no Centro do Rio. Recebemos convites da CAL para assistirmos. Eu nem sabia do que se tratava a peça direito... mas logo percebi o peso dela com a presença de Fernanda Montenegro, Marieta Severo, Renata Sorrah, Andrea Beltão e José Wilker. O diretor Gabriel Villela encena a adaptação do livro de Lúcio Cardoso, escrito em 1959, sobre uma aristocrata família mineira, os Meneses, mostrando sua ruína envolvendo segredos, mentiras, traição, relações de amor e ódio, tudo isso mostrando o clima mórbido que está na alma da casa e que condena toda a família.
O cenário já mostra o clima pesado e sombrio da casa. A peça se passa na sala da casa, onde tudo acontece. Todos os elementos que compoem o cenário são usados. Alguns elementos são usados para representar outros, como por exemplo, uma camisola e um hobby que fazem o papel de um portão. O figurino e maquiagem são importantíssimos para nos transmitir o espírito mórbido daquela decadente família. O personagens estavam pálidos, com maquiagem pesada, e roupas da época. O texto é complexo, cheio de detalhes, mostrando a essência transtornada da casa, repleto se simbolismos e não possui uma ordem cronológica, dispensando as relações de causa e efeito.Os atores, todos excepcionais! Destaque para o trabalho de corpo de todos eles... magnífico! A forma como se movimentam, se comunicam, se comportam com o uso total do palco, é brilhante, além das cenas onde todos se movimentam juntos... arrasaram! O trio masculino tem sintonia, carisma, trabalham muito bem juntos. Destaque para Sérgio Rufino com seu trabalho excelente com o movimento do corpo e relação com seu figurino e para Letícia Teixeira... surreal sua expressão corporal e facial, de emocionar. A peça busca o tempo todo chocar, descontruindo com o uso da sexualidade, do bizarro. Porém acho que em alguns momentos isso foi tão forte que teve destaque maior do que a própria história, nos desviando a atenção. E ainda, em alguns momentos a sexualidade foi usada de forma exagerada, em cenas que não era tão necessária, como a cena do "sexo oral" e pecou pela falta quando realmente era necessária, como na falta do nu da personagem Nina, a grande "devassa" da história.
Uma peça impactante, forte... chega ao bizarro. Surpreendente, nem um pouco óbvia, e com um trabalho artístico impressionante. Belo trabalho teatral.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Tatyana
Esse final de semana, no sábado, fui assistir com duas das "melhores" (melhores amigas) Juliana e Renata, o espetáculo "Tatyana" da companhia Deborah Colker, no teatro Municipal do Rio de Janeiro. Foi a primeira vez que assisti um espetáculo dela, efoi emocionante! Agora estou ainda mais empolgada pra continuar nas aulas de contemporâneo...
"Tatyana", como Deborah batizou o balé, é um romance clássico ("Evguêni Oniéguin", do russo Alexandr Púchkin, publicado em capítulos entre 1823 e 1830) e, pela primeira vez, contar uma história com início, meio e fim. Tatyana é uma história de amor em que dois personagens são profundamente transformados.
Para se concentrar nesse aspecto, Deborah reduziu a quatro os muitos personagens do livro, recebendo o apoio do crítico Irineu Franco Perpetuo, especialista em Púchkin que foi seu consultor na adaptação. Olga, a irmã de Tatyana que se oferece para o visitante Oniéguin na área rural em que vivem, sai de cena ao fim do primeiro ato, assim como seu noivo Lenski, morto em duelo por causa de ciúme. No segundo ato, Oniéguin, que antes desprezara Tatyana, agora a busca em vão e dolorosamente. Cada protagonista é representado por quatro bailarinos. Um outro e a própria Deborah são Púchkin, narrador que interfere nas cenas e se emociona com elas.
Uma obra doce, perfeita nos movimentos e muito criativa!
"Tatyana", como Deborah batizou o balé, é um romance clássico ("Evguêni Oniéguin", do russo Alexandr Púchkin, publicado em capítulos entre 1823 e 1830) e, pela primeira vez, contar uma história com início, meio e fim. Tatyana é uma história de amor em que dois personagens são profundamente transformados.
Para se concentrar nesse aspecto, Deborah reduziu a quatro os muitos personagens do livro, recebendo o apoio do crítico Irineu Franco Perpetuo, especialista em Púchkin que foi seu consultor na adaptação. Olga, a irmã de Tatyana que se oferece para o visitante Oniéguin na área rural em que vivem, sai de cena ao fim do primeiro ato, assim como seu noivo Lenski, morto em duelo por causa de ciúme. No segundo ato, Oniéguin, que antes desprezara Tatyana, agora a busca em vão e dolorosamente. Cada protagonista é representado por quatro bailarinos. Um outro e a própria Deborah são Púchkin, narrador que interfere nas cenas e se emociona com elas.
Uma obra doce, perfeita nos movimentos e muito criativa!
Ópera Lucia Di Lammermoor
Após quase 4 décadas, a célebre ópera de Donizetti ganha montagem (direção e cenografia) de Alberto Renault. Fui assistir no Teatro Municipal do Rio de Janeiro com o pessoal da CAL. Foi minha primeira vez no Municipal! E não faltou glamour...
A Ópera reunirá grandes nomes da cena lírica brasileira – como Rosana Lamosa, Luciano Botelho, Lício Bruno, Rodolfo Giugliani, José Gallisa, Carla Odorizzi, André VidalRicardo Tuttmann –, além da argentina Paula Almerares e o colombiano Cesar Gutierréz. O espetáculo também conta com premiada ficha técnica, que inclui a figurinista Claudia Kopke, o iluminador Maneco Quinderé Márcia Milhazes. À frente da Orquestra e Coro do TMRJSilvio Viegas.
Para esta encenação, Alberto Renault criou uma sucessão de quase 200 planos sobrepostos em diferentes níveis, que se estendem para o alto até o fundo do palco, perdendo-se de vista. “O cenário é um elemento determinante na concepção desta montagem e traduz visualmente a relatividade dos personagens. Dependendo do plano em que nos encontramos, somos maiores ou menores que os outros, como a competição ou a política, por exemplo, nos ensina. O amor tenta nos colocar em um mesmo plano, mas nem sempre consegue. É uma metáfora das relações humanas”, explica. Com altos e baixos, alturas e abismos e sem um céu visível, sua geografia remete às falésias da Escócia, país onde se passa a história, mas pode sugerir também um labirinto de Escher. Em ambos, a ideia é de opressão, onde os personagens estão presos ou prestes a cair em um abismo. “Lucia é uma revolucionária, uma ficcionista, que inventou amar em uma época em que casamento era um negócio entre famílias. Minha encenação busca ver, ao movimentar os cantores como num jogo de xadrez, que o jogo do amor e das hierarquias tem sua beleza, apesar dos sofrimentos. E que as almas, como diz o personagem de Edgardo, apesar do vazio, ainda podem enamorar-se”, conclui.
Inspirado no século XVII, época em que a história se passa, o figurino dá o tom do conto de fadas macabro que está em cena, com roupas escuras e sombrias: “Um mundo masculino cercando a feminilidade rosa e branca de Lucia”, descreve a figurinista Claudia Kopke, parceira de Renault em outras encenações.
Ópera do prolífico compositor italiano Gaetano Donizetti – autor de mais de 70 títulos, entre eles O Elixir do Amor, Don Pasquale eLucrecia Borja – e libreto de Salvatore Cammarano, Lucia di Lammermoor, de 1835, foi baseada em um dos romances do escritor escocês Walter Scott – A noiva de Lammermoor (The Bride of Lammermoor), de 1819 –, que faziam grande sucesso no início do século XIX e inspiraram diversas outras óperas. Muitos afirmam que o livro foi baseado em uma história real, ocorrida na Escócia.
No século XVII, na Escócia, Lucia di Lammermoor é forçada por seu irmão Enrico a casar por interesse com Lord Arturo para salvar as finanças da família.
Ela, no entanto, vive um amor secreto com Edgardo Ravenswood, cuja família é inimiga política dos Lammermoor. Diante de uma fonte, os dois trocam alianças antes de Edgardo partir em viagem para a França. Enquanto isso, Normanno, capitão da guarda de Enrico, intercepta a correspondência do casal e forja uma carta de Edgardo, em que este afirma estar envolvido com outra mulher. Ao ver a carta, Lucia fica arrasada e, por insistência do irmão e do Capelão Raimondo, seu tutor, acaba aceitando o casamento arranjado. Durante a festa, Edgardo chega e reivindica sua noiva, afirmando que os dois estão comprometidos. Ao ver o contrato de casamento assinado, Edgardo arranca a aliança de seu dedo e sai, amaldiçoando a noiva. Fora dali, Enrico e Edgardo marcam um duelo, enquanto Raimondo interrompe a festa anunciando que Lucia enlouquecera e matara Arturo. Lucia entra coberta de sangue e, recordando seus encontros com Edgardo, imagina estar com ele na noite de seu casamento, prometendo encontrá-lo no paraíso. Fora dali, Edgardo lamenta ter que partir sem a amada e espera que o duelo lhe tire a vida mas é avisado por convidados vindos do Castelo de Lammermoor que Lucia está à beira da morte e lhe chama. Quando está quase chegando, Raimondo anuncia a morte de Lucia. Decidido a encontrá-la no Céu, Edgardo apunhala-se.
domingo, 15 de maio de 2011
Chuva de arroz
Texto: Felipe Barenco
Direção: Vinicius Arneiro
Elenco: Carine Klimeck
Esse sábado fui assistir com uns amigos da CAL a peça "Chuva de arroz", no Centro Cultural Correios, no Centro. Confesso que não estava com expectativa alguma, nem sabia direito do que se tratava a peça, só estava indo porque está na programação da banca da CAL. Mas a peça se mostrou adorável, e a atriz, excepcional! A peça fala sobre uma mulher que descobre um dia antes do seu casamento que estava sendo traída. Mas decidida a casar a qualquer custo, ela invade uma rádio para compartilhar seu drama com o público, e procurar pretendentes para substituir seu noivo, causando uma revolução na cidade.
O cenário é permanente, sem troca ou mudança de ambiente. A história toda se passa na rádio que ela invadiu. O jogo de iluminação é bem trabalhado, dá movimento a cena. O figurino da atriz também não muda... é um lindo vestido de noiva! A peça se passa em 80 minutos em apenas uma cena, sem interrupções, pausas... nível de dificuldade absurdo, incrível! E o texto e a atriz contribuíram para que a peça não ficasse intediante... não caindo na mesmice, na redundância. O texto conseguiu fazer com que uma mesma cena tivesse emoções diferentes... desespero, graça, tristeza, oscilando picos de emoção... mais intensas e fortes e menos intensas e tranquilas. Isso deu ritmo ao texto... tivemos momentos engraçados, melancólicos, tudo passado em apenas uma cena. Brilhante. A atriz Carine Klimeck... uma fofa! Espontânea, super expressiva, um talento surpreendente e adorável, daquelas atrizes que encantam o público de cara. E levou o texto de uma forma impecável, interpretando com uma fluidez maravilhosa. Ela é intensa, inteira, corre, abaixa, levanta, fala, grita, gesticula, faz caras e bocas... seu corpo e rosto estão em sintonia. Ela realmente mostra através do corpo e fisionomia o que está falando. Nos tira o fôlego!
"Chuva de arroz": uma peça com história simples, sem nenhum grande insight super criativo, a não ser pelos excelentes profissionais envolvidos, que tornam a peça atraente e muito engraçada.
Direção: Vinicius Arneiro
Elenco: Carine Klimeck
Esse sábado fui assistir com uns amigos da CAL a peça "Chuva de arroz", no Centro Cultural Correios, no Centro. Confesso que não estava com expectativa alguma, nem sabia direito do que se tratava a peça, só estava indo porque está na programação da banca da CAL. Mas a peça se mostrou adorável, e a atriz, excepcional! A peça fala sobre uma mulher que descobre um dia antes do seu casamento que estava sendo traída. Mas decidida a casar a qualquer custo, ela invade uma rádio para compartilhar seu drama com o público, e procurar pretendentes para substituir seu noivo, causando uma revolução na cidade.
O cenário é permanente, sem troca ou mudança de ambiente. A história toda se passa na rádio que ela invadiu. O jogo de iluminação é bem trabalhado, dá movimento a cena. O figurino da atriz também não muda... é um lindo vestido de noiva! A peça se passa em 80 minutos em apenas uma cena, sem interrupções, pausas... nível de dificuldade absurdo, incrível! E o texto e a atriz contribuíram para que a peça não ficasse intediante... não caindo na mesmice, na redundância. O texto conseguiu fazer com que uma mesma cena tivesse emoções diferentes... desespero, graça, tristeza, oscilando picos de emoção... mais intensas e fortes e menos intensas e tranquilas. Isso deu ritmo ao texto... tivemos momentos engraçados, melancólicos, tudo passado em apenas uma cena. Brilhante. A atriz Carine Klimeck... uma fofa! Espontânea, super expressiva, um talento surpreendente e adorável, daquelas atrizes que encantam o público de cara. E levou o texto de uma forma impecável, interpretando com uma fluidez maravilhosa. Ela é intensa, inteira, corre, abaixa, levanta, fala, grita, gesticula, faz caras e bocas... seu corpo e rosto estão em sintonia. Ela realmente mostra através do corpo e fisionomia o que está falando. Nos tira o fôlego!
"Chuva de arroz": uma peça com história simples, sem nenhum grande insight super criativo, a não ser pelos excelentes profissionais envolvidos, que tornam a peça atraente e muito engraçada.
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