Texto: Felipe Barenco
Direção: Vinicius Arneiro
Elenco: Carine Klimeck
Esse sábado fui assistir com uns amigos da CAL a peça "Chuva de arroz", no Centro Cultural Correios, no Centro. Confesso que não estava com expectativa alguma, nem sabia direito do que se tratava a peça, só estava indo porque está na programação da banca da CAL. Mas a peça se mostrou adorável, e a atriz, excepcional! A peça fala sobre uma mulher que descobre um dia antes do seu casamento que estava sendo traída. Mas decidida a casar a qualquer custo, ela invade uma rádio para compartilhar seu drama com o público, e procurar pretendentes para substituir seu noivo, causando uma revolução na cidade.
O cenário é permanente, sem troca ou mudança de ambiente. A história toda se passa na rádio que ela invadiu. O jogo de iluminação é bem trabalhado, dá movimento a cena. O figurino da atriz também não muda... é um lindo vestido de noiva! A peça se passa em 80 minutos em apenas uma cena, sem interrupções, pausas... nível de dificuldade absurdo, incrível! E o texto e a atriz contribuíram para que a peça não ficasse intediante... não caindo na mesmice, na redundância. O texto conseguiu fazer com que uma mesma cena tivesse emoções diferentes... desespero, graça, tristeza, oscilando picos de emoção... mais intensas e fortes e menos intensas e tranquilas. Isso deu ritmo ao texto... tivemos momentos engraçados, melancólicos, tudo passado em apenas uma cena. Brilhante. A atriz Carine Klimeck... uma fofa! Espontânea, super expressiva, um talento surpreendente e adorável, daquelas atrizes que encantam o público de cara. E levou o texto de uma forma impecável, interpretando com uma fluidez maravilhosa. Ela é intensa, inteira, corre, abaixa, levanta, fala, grita, gesticula, faz caras e bocas... seu corpo e rosto estão em sintonia. Ela realmente mostra através do corpo e fisionomia o que está falando. Nos tira o fôlego!
"Chuva de arroz": uma peça com história simples, sem nenhum grande insight super criativo, a não ser pelos excelentes profissionais envolvidos, que tornam a peça atraente e muito engraçada.
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