Xereta da arte! foi criado para falar, discutir e viver teatro. Ele é democrático, leve, descontraído e despretensioso e tem a finalidade de enriquecer e evoluir nossas almas, enaltecendo essa arte tão especial!
Nele eu, Isabella, vou xeretar algumas peças em cartaz, e dar meu parecer e trocar opiniões com você, leitor. Então, merda pra todos nós!

domingo, 19 de junho de 2011

Hell

Texto: Lolita Pille
Adaptação e direção: Hector Babenco
Elenco: Bárbara Paz, Paulo Azevedo

Fui assistir nesse sábado a peça "Hell" com uma amiga minha, Júlia. Estava muito curiosa pra ver essa peça pelo texto e por se tratar de um grande drama. Sei lá, estava numa expectativa... acho que pra ver um trabalho mais pesado e intenso de interpretação. E Bárbara Paz foi brilhante, emocionante. Hell é a história de uma mulher da alta sociedade parisiense que vive o vazio de uma vida cercada por roupas de grife, sexo e drogas. Ela se apaixona por Andréa, um rapaz igualmente fútil. Na descoberta de um verdadeiro amor, a trama mostra a dificuldade dos dois de lidar com esse sentimento.


O cenário é simples, bem "dark", com quatro planos demarcados e muito bem trabalhados: o central era o quarto de Hell, onde eram realizados seus questionamentos e suas intensas trocas de roupas e acessórios de marca; os laterais direito e esquerdo onde aconteciam as reflexões entre Hell e Andréa e o central mais a frente, quando havia destaque de alguma emoção mais intensa de Hell. A iluminação dava o foco no plano onde estava sendo realizada a cena. O figurino, apesar de não ser realmente das marcas que a personagem cita, são lindos e transmitem bem essa realidade de luxúria, principalmente o figurino da Hell. Ela possuia uma grande variedade de roupas, sapatos e bolsas espalhados em seu quarto, e realizou trocas de roupa durante toda a peça, sempre ressaltando a marca. É um grande exemplo do exercício de partitura que estamos dando na CAL, onde a troca da roupa é essencial, mas não é o foco, e sim o sentimento da personagem e sua futilidade. O texto é uma análise feita pelos personagens de suas próprias histórias... eles vão contando as situações que vivem. É muito interessante também ver os dois contando a mesma situação, cada um com sua versão. Fantástico! E o trabalho de direção... belíssimo! Pra mim, o grande destaque da peça. A movimentação dos atores no palco é precisa, muito bem marcada, as simulações de cenas como a noite de amor do casal são muito bem contruídas, de emocionar. Apesar do tema sexo estar muito presente na peça, a direção é muito bem feita de forma a fazer com que não alcance o vulgar. Os atores arrasaram! Bárbara Paz se mostra inteira no personagem, ela é Hell. Ela se emociona, chora horrores, se desespera, tudo isso com um texto enorme e mega corrido. Apenas algumas vezes, pelo ttexto ter uma dinâmica muito rápida, não houve compreensão do que foi dito por ela. Mas sempre intensa... de arrepiar, ela está maravilhos! Paulo Azevedo está bem introsado com Bárbara, e cumpre muito bem a proposta de seu personagem. Não se deixa anular pela força da personagem Hell.


"Hell": uma peça chocante, intensa, que nos provoca inúmeras emoções, tanto boas quanto ruins, além de muitas reflexões. Surpreendente!

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