Esse final de semana, no sábado, fui assistir com duas das "melhores" (melhores amigas) Juliana e Renata, o espetáculo "Tatyana" da companhia Deborah Colker, no teatro Municipal do Rio de Janeiro. Foi a primeira vez que assisti um espetáculo dela, efoi emocionante! Agora estou ainda mais empolgada pra continuar nas aulas de contemporâneo...
"Tatyana", como Deborah batizou o balé, é um romance clássico ("Evguêni Oniéguin", do russo Alexandr Púchkin, publicado em capítulos entre 1823 e 1830) e, pela primeira vez, contar uma história com início, meio e fim. Tatyana é uma história de amor em que dois personagens são profundamente transformados.
Para se concentrar nesse aspecto, Deborah reduziu a quatro os muitos personagens do livro, recebendo o apoio do crítico Irineu Franco Perpetuo, especialista em Púchkin que foi seu consultor na adaptação. Olga, a irmã de Tatyana que se oferece para o visitante Oniéguin na área rural em que vivem, sai de cena ao fim do primeiro ato, assim como seu noivo Lenski, morto em duelo por causa de ciúme. No segundo ato, Oniéguin, que antes desprezara Tatyana, agora a busca em vão e dolorosamente. Cada protagonista é representado por quatro bailarinos. Um outro e a própria Deborah são Púchkin, narrador que interfere nas cenas e se emociona com elas.
Uma obra doce, perfeita nos movimentos e muito criativa!
Xereta da arte! foi criado para falar, discutir e viver teatro. Ele é democrático, leve, descontraído e despretensioso e tem a finalidade de enriquecer e evoluir nossas almas, enaltecendo essa arte tão especial!
Nele eu, Isabella, vou xeretar algumas peças em cartaz, e dar meu parecer e trocar opiniões com você, leitor. Então, merda pra todos nós!
Nele eu, Isabella, vou xeretar algumas peças em cartaz, e dar meu parecer e trocar opiniões com você, leitor. Então, merda pra todos nós!
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Ópera Lucia Di Lammermoor
Após quase 4 décadas, a célebre ópera de Donizetti ganha montagem (direção e cenografia) de Alberto Renault. Fui assistir no Teatro Municipal do Rio de Janeiro com o pessoal da CAL. Foi minha primeira vez no Municipal! E não faltou glamour...
A Ópera reunirá grandes nomes da cena lírica brasileira – como Rosana Lamosa, Luciano Botelho, Lício Bruno, Rodolfo Giugliani, José Gallisa, Carla Odorizzi, André VidalRicardo Tuttmann –, além da argentina Paula Almerares e o colombiano Cesar Gutierréz. O espetáculo também conta com premiada ficha técnica, que inclui a figurinista Claudia Kopke, o iluminador Maneco Quinderé Márcia Milhazes. À frente da Orquestra e Coro do TMRJSilvio Viegas.
Para esta encenação, Alberto Renault criou uma sucessão de quase 200 planos sobrepostos em diferentes níveis, que se estendem para o alto até o fundo do palco, perdendo-se de vista. “O cenário é um elemento determinante na concepção desta montagem e traduz visualmente a relatividade dos personagens. Dependendo do plano em que nos encontramos, somos maiores ou menores que os outros, como a competição ou a política, por exemplo, nos ensina. O amor tenta nos colocar em um mesmo plano, mas nem sempre consegue. É uma metáfora das relações humanas”, explica. Com altos e baixos, alturas e abismos e sem um céu visível, sua geografia remete às falésias da Escócia, país onde se passa a história, mas pode sugerir também um labirinto de Escher. Em ambos, a ideia é de opressão, onde os personagens estão presos ou prestes a cair em um abismo. “Lucia é uma revolucionária, uma ficcionista, que inventou amar em uma época em que casamento era um negócio entre famílias. Minha encenação busca ver, ao movimentar os cantores como num jogo de xadrez, que o jogo do amor e das hierarquias tem sua beleza, apesar dos sofrimentos. E que as almas, como diz o personagem de Edgardo, apesar do vazio, ainda podem enamorar-se”, conclui.
Inspirado no século XVII, época em que a história se passa, o figurino dá o tom do conto de fadas macabro que está em cena, com roupas escuras e sombrias: “Um mundo masculino cercando a feminilidade rosa e branca de Lucia”, descreve a figurinista Claudia Kopke, parceira de Renault em outras encenações.
Ópera do prolífico compositor italiano Gaetano Donizetti – autor de mais de 70 títulos, entre eles O Elixir do Amor, Don Pasquale eLucrecia Borja – e libreto de Salvatore Cammarano, Lucia di Lammermoor, de 1835, foi baseada em um dos romances do escritor escocês Walter Scott – A noiva de Lammermoor (The Bride of Lammermoor), de 1819 –, que faziam grande sucesso no início do século XIX e inspiraram diversas outras óperas. Muitos afirmam que o livro foi baseado em uma história real, ocorrida na Escócia.
No século XVII, na Escócia, Lucia di Lammermoor é forçada por seu irmão Enrico a casar por interesse com Lord Arturo para salvar as finanças da família.
Ela, no entanto, vive um amor secreto com Edgardo Ravenswood, cuja família é inimiga política dos Lammermoor. Diante de uma fonte, os dois trocam alianças antes de Edgardo partir em viagem para a França. Enquanto isso, Normanno, capitão da guarda de Enrico, intercepta a correspondência do casal e forja uma carta de Edgardo, em que este afirma estar envolvido com outra mulher. Ao ver a carta, Lucia fica arrasada e, por insistência do irmão e do Capelão Raimondo, seu tutor, acaba aceitando o casamento arranjado. Durante a festa, Edgardo chega e reivindica sua noiva, afirmando que os dois estão comprometidos. Ao ver o contrato de casamento assinado, Edgardo arranca a aliança de seu dedo e sai, amaldiçoando a noiva. Fora dali, Enrico e Edgardo marcam um duelo, enquanto Raimondo interrompe a festa anunciando que Lucia enlouquecera e matara Arturo. Lucia entra coberta de sangue e, recordando seus encontros com Edgardo, imagina estar com ele na noite de seu casamento, prometendo encontrá-lo no paraíso. Fora dali, Edgardo lamenta ter que partir sem a amada e espera que o duelo lhe tire a vida mas é avisado por convidados vindos do Castelo de Lammermoor que Lucia está à beira da morte e lhe chama. Quando está quase chegando, Raimondo anuncia a morte de Lucia. Decidido a encontrá-la no Céu, Edgardo apunhala-se.
domingo, 15 de maio de 2011
Chuva de arroz
Texto: Felipe Barenco
Direção: Vinicius Arneiro
Elenco: Carine Klimeck
Esse sábado fui assistir com uns amigos da CAL a peça "Chuva de arroz", no Centro Cultural Correios, no Centro. Confesso que não estava com expectativa alguma, nem sabia direito do que se tratava a peça, só estava indo porque está na programação da banca da CAL. Mas a peça se mostrou adorável, e a atriz, excepcional! A peça fala sobre uma mulher que descobre um dia antes do seu casamento que estava sendo traída. Mas decidida a casar a qualquer custo, ela invade uma rádio para compartilhar seu drama com o público, e procurar pretendentes para substituir seu noivo, causando uma revolução na cidade.
O cenário é permanente, sem troca ou mudança de ambiente. A história toda se passa na rádio que ela invadiu. O jogo de iluminação é bem trabalhado, dá movimento a cena. O figurino da atriz também não muda... é um lindo vestido de noiva! A peça se passa em 80 minutos em apenas uma cena, sem interrupções, pausas... nível de dificuldade absurdo, incrível! E o texto e a atriz contribuíram para que a peça não ficasse intediante... não caindo na mesmice, na redundância. O texto conseguiu fazer com que uma mesma cena tivesse emoções diferentes... desespero, graça, tristeza, oscilando picos de emoção... mais intensas e fortes e menos intensas e tranquilas. Isso deu ritmo ao texto... tivemos momentos engraçados, melancólicos, tudo passado em apenas uma cena. Brilhante. A atriz Carine Klimeck... uma fofa! Espontânea, super expressiva, um talento surpreendente e adorável, daquelas atrizes que encantam o público de cara. E levou o texto de uma forma impecável, interpretando com uma fluidez maravilhosa. Ela é intensa, inteira, corre, abaixa, levanta, fala, grita, gesticula, faz caras e bocas... seu corpo e rosto estão em sintonia. Ela realmente mostra através do corpo e fisionomia o que está falando. Nos tira o fôlego!
"Chuva de arroz": uma peça com história simples, sem nenhum grande insight super criativo, a não ser pelos excelentes profissionais envolvidos, que tornam a peça atraente e muito engraçada.
Direção: Vinicius Arneiro
Elenco: Carine Klimeck
Esse sábado fui assistir com uns amigos da CAL a peça "Chuva de arroz", no Centro Cultural Correios, no Centro. Confesso que não estava com expectativa alguma, nem sabia direito do que se tratava a peça, só estava indo porque está na programação da banca da CAL. Mas a peça se mostrou adorável, e a atriz, excepcional! A peça fala sobre uma mulher que descobre um dia antes do seu casamento que estava sendo traída. Mas decidida a casar a qualquer custo, ela invade uma rádio para compartilhar seu drama com o público, e procurar pretendentes para substituir seu noivo, causando uma revolução na cidade.
O cenário é permanente, sem troca ou mudança de ambiente. A história toda se passa na rádio que ela invadiu. O jogo de iluminação é bem trabalhado, dá movimento a cena. O figurino da atriz também não muda... é um lindo vestido de noiva! A peça se passa em 80 minutos em apenas uma cena, sem interrupções, pausas... nível de dificuldade absurdo, incrível! E o texto e a atriz contribuíram para que a peça não ficasse intediante... não caindo na mesmice, na redundância. O texto conseguiu fazer com que uma mesma cena tivesse emoções diferentes... desespero, graça, tristeza, oscilando picos de emoção... mais intensas e fortes e menos intensas e tranquilas. Isso deu ritmo ao texto... tivemos momentos engraçados, melancólicos, tudo passado em apenas uma cena. Brilhante. A atriz Carine Klimeck... uma fofa! Espontânea, super expressiva, um talento surpreendente e adorável, daquelas atrizes que encantam o público de cara. E levou o texto de uma forma impecável, interpretando com uma fluidez maravilhosa. Ela é intensa, inteira, corre, abaixa, levanta, fala, grita, gesticula, faz caras e bocas... seu corpo e rosto estão em sintonia. Ela realmente mostra através do corpo e fisionomia o que está falando. Nos tira o fôlego!
"Chuva de arroz": uma peça com história simples, sem nenhum grande insight super criativo, a não ser pelos excelentes profissionais envolvidos, que tornam a peça atraente e muito engraçada.
domingo, 1 de maio de 2011
Conversando com mamãe
Texto: Santiago Carlos Ove (cineasta e roteirista argentino) em versão teatral do catalão Jordi Galcerán e tradução de Pedro Freire
Direção: Susana Garcia e Herson Capri
Elenco: Beatriz Segall e Herson Capri
Esse sábado fui assistir a peça "Conversando com mamãe" com o pessoal da CAL, no Teatro Fashion Mall, em São Conrado. A peça me surpreendeu... ou melhor, me pegou totalmente de surpresa. Fui preparada pra ver uma comédia, e sai de lá com os olhos marejados e um coração desassossegado, apertado de saudade.
Não sei se teria ido assistir se soubesse da história, mas teria perdido uma peça linda e emocionante.
"Conversando com mamãe" conta a história de uma mãe solitária e um filho cinquentão cheio de problemas, que recorre a mãe. Na peça eles discutem questões familiares, amor, sexo, medo.
O cenário é acolhedor, como a casa da vovó. Cada detalhes é muito bem cuidado... a cozinha com seus utensílios, a mesa e cadeiras de madeira, poltrona na sala. A iluminação é quente, auxiliada por abajurs que ajudam no clima afetivo. O figurino é simples, porém adequado. Há apenas uma troca de roupa pelos atores. O texto é doce, delicado, e retrata bastante o relacionamento de mãe e filho. Beatriz Segall é uma atriz linda, em sua sutileza nas palavras e em cada gesto. Ela transmite uma doçura contagiante, fazendo com que a platéia a queira levar pra casa! Sua atuação é brilhante, e seu olhar... de uma atriz experiente e inteira. Herson Capri, um ator maravilhoso, porém é nítido como ele é apenas um coadjuvante, mas não menos importante, afinal ele destaca muito bem a grande estrela da noite: as nossas mães. Ele se movimenta muito bem no espaço, impecável. Consegue nos fazer sentir como ele... pessoas com problemas e medos. Ele é extremamente gentil em sua atuação, realçando o brilho de Beatriz. Os dois, em sua interpretação sincera, emocionam uma platéia inteira. Nos fazem sentir, vivenciar tudo aquilo que estão vivendo. Ficamos com um nó na garganta e repensamos sobre as questões das nossas vidas. Eles provocam um misto de sentimentos em nós.
"Conversando com mamãe" é uma peça que consegue conversar diretamente com nossos corações, independente da nossa razão.
Direção: Susana Garcia e Herson Capri
Elenco: Beatriz Segall e Herson Capri
Esse sábado fui assistir a peça "Conversando com mamãe" com o pessoal da CAL, no Teatro Fashion Mall, em São Conrado. A peça me surpreendeu... ou melhor, me pegou totalmente de surpresa. Fui preparada pra ver uma comédia, e sai de lá com os olhos marejados e um coração desassossegado, apertado de saudade.
Não sei se teria ido assistir se soubesse da história, mas teria perdido uma peça linda e emocionante.
"Conversando com mamãe" conta a história de uma mãe solitária e um filho cinquentão cheio de problemas, que recorre a mãe. Na peça eles discutem questões familiares, amor, sexo, medo.
O cenário é acolhedor, como a casa da vovó. Cada detalhes é muito bem cuidado... a cozinha com seus utensílios, a mesa e cadeiras de madeira, poltrona na sala. A iluminação é quente, auxiliada por abajurs que ajudam no clima afetivo. O figurino é simples, porém adequado. Há apenas uma troca de roupa pelos atores. O texto é doce, delicado, e retrata bastante o relacionamento de mãe e filho. Beatriz Segall é uma atriz linda, em sua sutileza nas palavras e em cada gesto. Ela transmite uma doçura contagiante, fazendo com que a platéia a queira levar pra casa! Sua atuação é brilhante, e seu olhar... de uma atriz experiente e inteira. Herson Capri, um ator maravilhoso, porém é nítido como ele é apenas um coadjuvante, mas não menos importante, afinal ele destaca muito bem a grande estrela da noite: as nossas mães. Ele se movimenta muito bem no espaço, impecável. Consegue nos fazer sentir como ele... pessoas com problemas e medos. Ele é extremamente gentil em sua atuação, realçando o brilho de Beatriz. Os dois, em sua interpretação sincera, emocionam uma platéia inteira. Nos fazem sentir, vivenciar tudo aquilo que estão vivendo. Ficamos com um nó na garganta e repensamos sobre as questões das nossas vidas. Eles provocam um misto de sentimentos em nós.
"Conversando com mamãe" é uma peça que consegue conversar diretamente com nossos corações, independente da nossa razão.
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